Texto de: Michael Crotty
§ Construcionismo
social
Geertz afirma que sem cultura,
não poderíamos funcionar. A cultura tem a ver com o funcionamento. Como
consequência direta da maneira pela qual nós humanos evoluímos, dependemos da
cultura para direcionar nosso comportamento e organizar nossa experiência. A
cultura é melhor vista como a fonte e não como o resultado do pensamento e
comportamento humanos. Fish nos disse que as instituições que constituem nosso
sistema de inteligibilidade publicamente disponível nos precedem.
Quando vemos pela primeira vez o
mundo de maneira significativa, estamos inevitavelmente vendo-o através de
lentes concedidas a nós pela nossa cultura.
O que distingue o
Construcionismo, colocando-o contra o objetivismo inerente à postura
positivista, é o entendimento de que toda realidade significativa, precisamente
como realidade significativa, é socialmente construída.
Giddens afirma que, enquanto os
humanos não criam o mundo natural, mas têm que dar sentido a um "mundo que
já existe", a própria existência dos fenômenos sociais provém da ação
humana. Para Blaikie, o mundo social já é interpretado antes que o cientista
social chegue." O que Blaikie diz sobre o mundo social também é verdade
sobre o mundo natural: as pessoas desenvolvem significados juntos e isso já é
interpretado antes que o cientista chegue.
É possível concluir que nascemos,
cada um de nós, num mundo já interpretado e é ao mesmo tempo natural e social.
§ Conformismo
ou crítica
Na visão de Giddens e Blaiki o
cientista natural constrói conhecimento do mundo natural ao se envolver com ele
no modo científico, mas o mundo social já é interpretado "antes que o
cientista social chegue". Entendimentos herdados e predominantes tornam-se
nada menos que, na frase consagrada pelo tempo de William Blake, "algemas
perdoadas pela mente".
Ortega y Gasset descreve os
significados herdados e prevalecentes como "máscaras" e
"telas" e nos adverte que, em vez de nos envolvermos com o mundo, nos
encontramos "vivendo em cima de um mundo". Patricia Benner vai afirma
que nenhum tribunal superior para o indivíduo existe do que significados ou
auto interpretações embutidas em linguagem, habilidades e práticas.
O mundo do teórico crítico é um campo de batalha
de interesses hegemônicos. Neste mundo existem disparidades marcantes na
distribuição de poder: algumas pessoas têm poder dominante; outros têm muito
menos poder; a maioria não tem poder algum. Em suas origens e seus pontos
altos, o pragmatismo tem mais do que o suficiente em comum com a fenomenologia
e a teoria crítica para que o diálogo frutífero aconteça.
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