Texto de: Maria Cecília de Souza Minayo
A dialética marxista para
explicação social tem um caráter abrangente e cientificamente totalizante, o
que a torna difícil de ser catalogada. O marxismo encontra no materialismo
histórico seus fundamentos para apresentar sua visão sobre a dinâmica real da
sociedade. Marx toma a história como centro e constrói um diálogo crítico com
os que ele mesmo denomina como “materialistas vulgares”.
A grande proposta de Marx era a
transformação histórica, dissolver o domínio de classes e combater a crescente
estruturação global impulsionada pelos níveis econômicos.
Partindo do pressuposto de que toda
construção social é histórica, o marxismo prega que toda vida humana social
está sujeita a mudança, visão que contraria o positivismo. Tudo é dinâmico e
nada se constrói fora da história. Goldman afirma que todo fato social é um
fato histórico. Considere que a partir desta visão os seres humanos não são
apenas objetos de investigação, são sujeitos em relação.
Para Goldman, a vida social
constitui o único valor comum que reúne os homens de todos os tempos e de todos
os lugares. A história e os fenômenos constituem seu objeto, sejam eles
coletivos ou individuais. A significação humana é impossível de ser
compreendida fora da estrutura social.
A dialética marxista não dissocia a
história dos fatos econômicos sociais e a história das ideias. A teoria
marxista é conhecida como a teoria da ação humana que ao mesmo tempo faz
história e é determinada por ela. A transformação das ideias do homem sobre a
realidade e a transformação da realidade caminham juntas.
Lukács adverte que a ideia de
relativismo intrínseco no processo de conhecimento se dá em função de que
nossos conhecimentos são apenas uma aproximação da plenitude da realidade e por
isso são sempre relativos. Esta afirmação propõe a negação de todo processo
pautado na indução e dedução.
No
marxismo todo processo histórico possui um esquema universalizante e
totalizante. É possível concluir que no tocante a metodologia dialética do
marxismo, o seu acontecer é uma prática que não depende apenas do conhecimento
técnico, mas de uma postura intelectual e de uma visão social da realidade.
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