Fonte:
BONILLA, M., PRETTO, N. - Política Educativa e Cultura Digital, Entre Práticas Escolares e Práticas Sociais;
BONILLA, M., PRETTO, N. - POLÍTICAS BRASILEIRAS DE EDUCAÇÃO E INFORMÁTICA;
TIRAMONTI, Guillermina - Escuelas PROA;
Velasquez Gavilanes, R. - 2009 - Hacia Una Nueva Definición
Ao que parece, as práticas
sociais do presente século são dadas majoritariamente no contexto da cultura
digital, ou seja, as relações econômicas, profissionais, acadêmicas, políticas,
etc., quando não plenamente estão dentro deste contexto, pouquíssimos fatos
ainda ocorrem fora dela, aspecto que torna a cultura digital uma realidade
social na qual jugo ser importante conhecer os elementos que fazem parte da
mesma, agregar as devidas competências para transitar dentro dela, assim como,
formar senso crítico equilibrado para julgar o que dela será agregador ou
desagregador no tocante a cidadania.
Neste sentido fico refletindo
sobre os alunos do sistema escolar brasileiro que estão sendo preparados pela
escola para ser os cidadãos de amanhã, ou seja, recebendo as contribuições da
escola para sua emancipação. A ausência das políticas públicas educativas que
potencializem o processo de emancipação desse sujeito passa a ser um fator
preponderante para uma formação deficitária, pois é notável que a realidade social
brasileira é desigual e a classe mais pobre economicamente necessidade de maior
atenção por meio das políticas públicas sociais, ou seja, enquanto os alunos
que possuem melhor condição social, recebem um ensino e uma estrutura
apropriada para prepara-lo para a realidade atual, o indivíduo da escola
pública pena para performar de maneira satisfatória frente aos desafios acadêmicos
que lhe são impostos pela cultura impositiva tradicional enraizada no sistema
escolar público brasileiro.
Não basta querer fazer política
pública educacional apenas por fazer e “sair bem na foto”, é preciso fazer de
forma articulada, comprometendo os diversos setores governamentais e agentes
políticos e sociais potencialmente capazes de contribuir com tais políticas. A
história nos mostra inúmeros projetos e programas que acabaram sem alcançar os
resultados previstos, outros sequer puderam ser avaliados os resultados, pois
foram extintos ainda no meio do processo de implementação, o que fica evidente a
falha no processo de implantação e gestão. Um outro olhar também pode ser
lançado por exemplo no contexto do professor, que não recebe a devida atenção e
quando diante dos projetos de cunho tecnológicos se veem inoperantes diante de
uma dinâmica estranha a sua formação e atual condição técnico-profissional. A
articulação que menciono acima passa também pela inclusão deste que é peça
estratégica e fundamental para o sucesso das políticas públicas educacionais,
sejam elas de cunho tecnológico ou outro qualquer que ocorra no seio escolar. A
formação continuada é uma condição sine
qua non para a adaptação do professor as novas convergências, assim como,
para o sucesso dos projetos e programas decorrentes das políticas educativas,
são por meio dela que se diminuem as distancias percorridas entre o ponto de
partida e o ponto de chegada dos objetivos estabelecidos, e acima de tudo da
emancipação do aluno como maior deles.
Por fim, é essencial também
preparar a escola para o processo de mudança, de convergência, de promotora da
cultura digital, ou seja, não basta adquirir caminhões carregados de equipamentos
tecnológicos e os descarregarem em uma sala que ficará fechada a sete chaves
aguardando a boa vontade de alguém para dar destino aos mesmos. A educação não
aceita a gestão do “faz de conta”, ela cobra quando não é conduzida com o devido
cuidado e atenção; se tem equipamento tecnológico, logo é essencial que se
tenha boa internet, caso contrário o destino é a obsolescência; se investiu em infraestrutura
pesada é preciso torná-la funcional ou então teremos “elefantes brancos”
espalhados pelas áreas da escola que servem mais de “cartões postais” para selfs dos alunos do que meios que auxiliam
no processo de ensino e aprendizagem.
Mais do que inconveniente, penso que seja imoral
conduzir o sistema público de ensino fora da proposta de preparar o aluno para
atuar de forma plena na era da cultura digital. Pensar e agir diferente dessa
proposta é decretar a sua permanência na atual condição socioeconômica e sem
possibilidades algumas de sonhar e lutar por uma experiência até então nunca
vivida, senão apenas contemplada na vida de outros que foram melhores atendidos
por suas heranças familiares e de políticas públicas hegemônicas direcionadas ao
bem-estar de uma classe só, certamente não a que mais necessita delas.

O mesmo acontece em Costa Rica. Sempre há coisas por melhorar, mas devemos aproveitar a estrutura já existente para reforçar essas iniciativas de desenvolvimento.
ResponderExcluirMuito bem observado David... concordo em tamanho, gênero e grau contigo.. rsss!
Excluirfiquei pensando no vídeo, que traz uma animação das tecnologias presentes em cada época, e nos alunos das escolas públicas, que ainda não conquistaram o direito de usufruir plenamente dessas tecnologias, com todas suas potencialidades. E isso só será possível via políticas públicas educacionais e sociais, pois não basta a oferta na escola, os alunos precisam ter acesso e uso pleno também em suas casas - a relação casa-escola, educação-sociedade precisa estar presente em cada projeto, programa da área.
ResponderExcluirJustamente professora, afinal de contas o processo educacional integra escola, família e sociedade, portanto eis a necessidade de engajamento em cada ambiente e a importância das políticas públicas sociais como um todo atuando de forma articulada.
ExcluirIrei levar esse vídeo para a nossa apresentação quarta-feira, visando provocar uma reflexão mais ampla da importância do engajamento das crianças na cultura digital.