Texto de: John W. Creswell
Um estudo fenomenológico concentra-se em diagnosticar tudo o
que é comum entre os fenômenos extraídos das experiências dos indivíduos,
visando compreender a natureza das coisas. Com os dados coletados em mãos, se
propõe elaborar uma descrição assertiva para melhor compreensão dos fatos.
A fenomenologia está enraizada na filosofia, com
significativa relação com a área de ciências sociais, saúde e educação. Há uma
considerada fatia de abstração em sua proposta.
Escritores como Husserl, Moustakas, Stewart, Mickunas e
Manen, consideram ser relevante o uso da fenomenologia no contexto das
experiências vividas. Stewart e Mickunas apontam quatro perspectivas
filosóficas da fenomenologia:
O abandono do que ficou conhecido como cientificismo, e uma
aproximação maior da concepção grega da filosofia como busca pela sabedoria.
A suspensão dos prejuízos e distanciar-se dos pressupostos,
ou seja, tomar como bussola o elemento denominado “atitude natural”.
A desvinculação da intencionalidade da consciência.
A busca do significado da experiência com base em uma relação
não dicotômica, mas inserida dentro da realidade.
A fenomenologia hermenêutica é um processo interpretativo que
foca na experiência da vida, ou seja, no que se chama de “textos” da vida; em
síntese, seus fenômenos. Já a fenomenologia empírica irá se concentrar nas
descrições das experiências dos participantes, onde se recomenda que o
pesquisador se esvazie de suas experiências e pressupostos para melhor
compreensão do fenômeno em análise. Um outro ponto desta mesma análise é a
estratégia de se reduzir as informações coletadas em citações e combinar as
declarações em temas.
A luz da abordagem de Moustakas (1994), quando
se trata de compreender as experiências comuns dos indivíduos, se faz
necessário examinar se o uso da abordagem fenomenológica é o melhor caminho.
Alguns fenômenos oferecem maior quantidade de exemplos para ser estudado do que
outros, é importante saber identificar. Os pesquisadores precisam interagir
evidenciando suas próprias experiências para alcançar melhor absorção dos
detalhes dos fenômenos. A coleta de dados é direcionada e variada, mas com
profundidade, sendo no campo da entrevista, conversas gravadas, filmes,
periódicos, etc. Podem ser feitas perguntas abertas, mas essencialmente se faz
necessário perguntar sobre o que se experimentou no tocante ao fenômeno, e o
contexto no qual se obteve as experiências. São basicamente duas etapas, a
primeira consiste basicamente em analisar os dados para se alcançar a
compreensão de qual foi a experiência dos participantes diante do fenômeno, e a
segunda seria fazer um levantamento dos significados. Com esses dados em mãos
se pode descrever o que eles experimentaram; se pode fazer uma descrição do
fenômeno, e por fim os pesquisadores podem descrever suas próprias
experiências. Ao fim é possível ao pesquisador descrever a essência do fenômeno
oriundas das experiências comuns dos participantes, e é possível entender
melhor como alguém experimenta um fenômeno.
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