quarta-feira, 12 de junho de 2019

REFLEXÃO: Eu não sabia... eu era feliz!



Eu era só um menino que gostava de passar tempo no pequeno chão de terra que meu avô Manuel possuía nas proximidades da cidade de Ribeira do Pombal, estado da Bahia. Feriados, finais de semanas e o período de férias escolares eram certos que lá estaria; participando da rotina dos meus avós no campo. Moía o milho para fazer cuscuz, dava milho para as galinhas, colocava milho molhado para a égua branca de nome morena que meu avô tinha a muitos anos, apartava o gado juntamente com meu avô a partir das 16hs, sem esquecer de coloca-los para beber água em um tanque próximo ao curral aonde estes passavam a noite, enfim, eram dias maravilhosos, simplesmente inigualáveis, e assim tomei conhecimento de muitos saberes da vida no campo.

Fui orientado desde cedo que para ser gente eu tinha que saber das coisas, nossa e como procurei saber das coisas, hoje percebo que sei até de mais das coisas, mas quantas coisas eu não gostaria de saber, pois elas me trazem algumas lembranças tão estranhas que não gostaria de saber mais delas, gostaria que elas não mais existissem, mas elas insistem em fazer parte do meu saber, mesmo que eu não as convide para o meu pensamento.

Há outras coisas que sei que me trazem bons sentimentos, alegrias, regozijos, e como gostaria que eles sempre estivessem em minha mente tomando as 24 horas do meu dia, os sete dias da semana, os trinta dias do mês, ou seja, todos os dias da minha vida, mas estes parecem rebeldes e quando penso que não se vão, as vezes escondem-se e nos deixam sozinhos, parecem não serem nossos, se vão sem pedir licença e sem dizer adeus.

 Não poderia deixar de dizer que também há saberes que quero muito tê-los mesmo sem que tivessem me dito que deveria tê-los, eles simplesmente surgiram, talvez por contemplar as experiências de outros, por ter visto algo pela TV, por ter ouvido no rádio, por ter lido no jornal ou ter conversado com um estrangeiro, mas eles se parecem tão difíceis, as vezes tão impossíveis que nem sei mais se é interessante mesmo conhece-los, tê-los, desfruta-los.

Para que “saber” mesmo?